A sensação de insegurança e índices crescentes de assaltos a mão armada, principalmente nas grandes cidades brasileiras, são os principais motivos que elevam também a procura pelos carros blindados no país. De acordo com dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), em 2021, 20.024 carros receberam proteção balística no Brasil – um número 45% maior do que o registrado em 2020. 

O volume registrado foi o maior volume desde 1995, quando a associação começou a realizar a pesquisa setorial. A Abrablin estima que quase 300 mil veículos blindados circulam no Brasil atualmente, sendo que as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro concentram a maior parte dos veículos com proteção balística.

Modelos que mais receberam o serviço de blindagem em 2021*: 

• Jeep Compass,
• Toyota Corolla Cross,
• Toyota Corolla sedã, 
• Volvo XC60 e 
• Volkswagen T-Cross.

Como funciona a blindagem

A blindagem consiste na aplicação de uma série de camadas de materiais ao veículo, incluindo aço, mantas de aramida e vidros especiais. Existem diferentes tipos de blindagem, que se diferenciam pela capacidade de proteger de determinados calibres de armas específicas. No Brasil, as blindagens tipo III (contra fuzis) e IV, são proibidas por lei. 

É importante saber que, para aqueles que pretendem blindar o automóvel já comprado – seja ele novo ou seminovo -, antes de mais nada é necessário solicitar uma autorização do Exército Brasileiro. 

Com o documento em mãos já é possível procurar por uma empresa especializada pelo serviço, que irá iniciar o desmonte do veículo e processo de blindagem. 

Outro ponto importante a ser considerado antes da blindagem é que o processo acrescenta um peso considerável ao carro, equivalente a até três passageiros. A carga extra, além de alterar o centro de gravidade do veículo, impacta diretamente no desempenho do seu motor – que acaba perdendo parte da tração de fábrica. 

Para quem não pode ou quer investir em um carro zero quilômetro blindado – ou não queira passar pela burocracia necessária para blindar o seu veículo -, uma alternativa é optar por um seminovo que já tenha blindagem. 

Blindados usados são mais baratos?

A resposta é sim e a explicação também é simples: o custo da manutenção. A partir da blindagem, com o peso extra adicionado ao veículo pelo serviço de proteção, é necessária atenção extra e revisões ainda mais frequentes – o que acaba aumentando os custos de se manter um veículo blindado, em comparação aos automóveis sem a proteção. 

O desgaste acentuado dos conjuntos de suspensão e freios, que não foram projetados para o peso extra dos materiais de proteção, também tornam frequentes as trocas de componentes do carro. 

Para aqueles que querem uma proteção extra dentro do veículo, a blindagem é uma ótima opção. Para os demais, os custos extras podem não fazer sentido – mesmo com o valor mais baixo do carro disponível para compra. 

Considerando esses fatores, no caso da compra de um seminovo, é fundamental ter todas as informações do histórico veicular para analisar as vantagens e desvantagens antes de fechar negócio. Ao optar por realizar a consulta antes da compra, mesmo quando o anunciante não informa que o carro é blindado, por exemplo, é possível saber e decidir se faz ou não sentido levar o veículo para casa. 

*Dados da Associação Brasileira de Blindagem.